LIVRE, finalmente! :-)

Mãe:
Livre, o Gui está LIVRE!
Quando há uns anos atrás brincava com a minha amiga Blue sobre o dia 20 de Junho, não poderia nunca adivinhar o quão importante no futuro ele se iria revelar! Hoje foi o dia crucial. Se não fosse hoje todas as minhas forças acabariam por aqui... Mas foi. O Gui está livre de consultas, de talas, de RXs, de fisioterapia: O Gui foi um campeão e conseguiu superar todos os obstáculos. Não vale a pena apontar aqui muitos, mas os mais importantes. Numa altura em que seria mais confortável para o Gui ficar a dormir em casa, na sua caminha, para criar uma rotina, para se habituar a este mundo, o Gui foi forçado a ir diariamente à fisioterapia, muitas vezes em horários trocados, esperar pela sua vez num ambiente hostil a um bebé tão pequeno, foi forçado a virar o pescoço vezes sem conta, foi forçado a acordar quando queria dormir... e eu, mãe, sofri a cada dia mais do que o outro com medo de não estar a dar o melhor de mim, a culpar-me milhentas vezes por ele estar assim...

A licença de maternidade com que sonhava antes de ter o Gui tornou-se utópica. Ficar na caminha a brincar com os seus pés, a fazer mimos e a derretê-lo em beijinhos todos os minutos de todos os dias enquanto ele quisesse. Mas descanso foi até agora uma palavra que não pude soletrar muitas vezes. As tardes que poderiam ter sido aproveitadas, durante a licença, para descansar, estavam todas destinadas aos cuidados básicos essenciais do Gui... o resto do dia seria para fazer tudo o que é preciso fazer em casa. De facto, não foi isto que sonhei... mas acreditem amigos que o Gui também não é nada do que sonhei. Supera muito, mas muito mesmo os meus mais ousados pensamentos. Por ele, isto não foi nada... por ele passava por tudo mais 500 vezes, só para o ter comigo como o tenho agora. Por ele passei a acreditar em provações. Tornei-me mais fria e mais forte. Aprendi a distinguir o importante do supérfluo. Aprendi que o mundo só vale a pena quando tenho o sorriso do meu filho. Aprendi que só serei alguém, um alguém feliz, quando tiver a certeza de que ele está bem... estar longe dele, mesmo que por 4 horas, é um suplício... e é isso que começo a aprender agora. Que é preciso separar-me dele algumas horas por dia. Não consigo suportar a ideia, mas terei de suportar o afastamento...

O Pai do Gui tem sido um pilar forte e resistente e também ele superou os seus níveis de coragem e de capacidade de aguentar as emoções. Aguentou as emoções dele e as minhas. Deu-me forças e ajudou-me a resistir. Foi forte. Sem ele talvez a minha sanidade... enfim, ele é a parte que me falta, a calma, a paciência...

O Gui é metade dos dois...

Agradeço aqui a todos os que diariamente, ou não, de alguma forma, nos deram forças... estão sempre no nosso pensamento. Obrigada por tudo! E desculpem o desabafo tão grande e mais este, mas um blog é um diário: ESTOU TÃO FELIZ QUE NEM CONSIGO SORRIR... será que dá para entender??? Acho que é por ainda não parecer real!

Elsa

P.s - PARABÉNS BLUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

20 de JUNHO